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A história de Palmeiras e Santos na Copa Libertadores

Taca Copa Libertadores da America

Os finalistas da Copa Libertadores 2020 são duas das equipes mais tradicionais do Brasil e, consequentemente, da América. Palmeiras e Santos irão se enfrentar no próximo sábado, no Maracanã (Rio de Janeiro), para a grande decisão e, com isso, preparamos um artigo para contar um pouco mais sobre a história desses clubes na competição continental. Se você quiser saber mais sobre o torneio, e sobre os clubes, confira o artigo a seguir e não perca a oportunidade de fazer suas apostas esportivas nessa grande final, com as melhores odds, no NetBet Sport!

A história da Copa Libertadores

Organizada pela CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol), a mais importante competição de clubes da América do Sul, foi disputada pela primeira vez em 1960. O torneio foi criado com base na Copa dos Campeões da Europa, para definir o melhor clube do continente sul-americano e competir com o campeão europeu para definir o melhor time do mundo. Inicialmente, a competição foi até chamada de Copa dos Campeões da América, mas em 1965 foi renomeada para homenagear alguns heróis sul-americanos, e recebeu o nome que conhecemos hoje: Copa Libertadores da América.

O primeiro campeão do torneio foi o Peñarol, do Uruguai, em cima do Olimpia, do Paraguai. O representante brasileiro na primeira edição foi o Bahia, que acabara de ser o primeiro campeão brasileiro em 1959. Uma curiosidade sobre o Campeonato Brasileiro é que, o campeonato foi criado exclusivamente por conta da Libertadores, que iria reunir os campeões nacionais e até então, por conta de suas dimensões e dificuldades de locomoção, o Brasil ainda não tinha sua competição de âmbito nacional, e sendo assim, nasceu o Brasileirão.

Dados históricos da Copa Libertadores

Independiente Libertadores

O maior vencedor da história da Libertadores é o Independiente, da Argentina, com 7 títulos conquistados. Na verdade, o fim da década de 1960 e a década de 1970 foram de domínio das equipes argentinas, que conquistaram muitos títulos. Curiosamente, a última conquista do Independiente foi em 1984, quando o venceu o Grêmio, do então jogador Renato Gaúcho, na final.

A cultura popular nos leva a acreditar que os brasileiros não davam a importância devida ao torneio nessa época, priorizando as competições nacionais e regionais, ao contrário do que vemos nos dias de hoje. Os brasileiros voltaram a sua atenção para o torneio continental de verdade nos anos 1980 ou 1990, quando começamos a ver mais conquistas dos clubes brasileiros.

Os clubes argentinos são os detentores do maior número de títulos conquistados, com um total de 25. O Brasil vem na sequência, com 20 conquistas, seguido por Uruguai, com 8 títulos. O Brasil, em contrapartida, possui a maior variedade de clubes campeões do torneio, com 10 equipes diferentes tendo vencido o torneio.

Os clubes de cada país com mais participações na Copa Libertadores são os seguintes:

Argentina: River Plate com 34
Bolívia: Bolívar com 32
Brasil: Grêmio, Palmeiras e São Paulo com 19
Chile: Colo-Colo com 33
Colômbia: Deportivo Cáli e Atlético Nacional com 20
Equador: Emelec com 27
México: América e Chivas Guadalajara com 7
Paraguai: Olimpia com 40
Peru: Sporting Cristal com 33
Uruguai: Nacional e Peñarol com 46
Venezuela: Deportivo Táchira com 22

O Palmeiras na Copa Libertadores

palmeiras paulo nunes

Apesar de ser um clube de sucesso na competição continental, esse fato ainda não se traduziu em títulos para o Palmeiras. Empatado com Grêmio e São Paulo, o Palmeiras é o clube brasileiro com mais edições da Libertadores disputadas, com 19 participações. Entre as equipes brasileiras, o Verdão foi quem mais anotou gols na competição, com 362 gols marcados. Além disso, o Maior Campeão do Brasil é o clube brasileiro com mais vitórias fora de casa no torneio, com 38 vitórias fora de seus domínios. Foram quatro finais na história do Palmeiras, em 1961, 1968, 1999 e 2000, com apenas uma conquista, em 1999.

Vice-campeão em 1961

O Verdão foi finalista já na segunda edição da Libertadores, em 1961, quando foi derrotado pelo Peñarol, quando sofreu uma derrota dolorosa, por 1 a 0, no Uruguai, com gol aos 44 minutos do segundo tempo, e no jogo de volta, em São Paulo, empate por 1 a 1. Pañarol bicampeão da Libertadores.

Vice-campeão em 1968

Na decisão de 1968 o adversário foi o Estudiantes, e na primeira partida, o Verdão saiu na frente, mas sofreu um grande golpe novamente no fim da partida, levando dois gols em menos de 5 minutos, ao 38 e aos 42 minutos do segundo tempo, deixando a vitória escapar. No jogo da volta, 3 a 1 para o Palmeiras. Verdão campeão? Nada disso, na época o saldo de gols não definia o confronto, ao invés disso, uma terceira partida foi disputada em estádio neutro, no caso, em Montevidéu, no Uruguai, e os argentinos se deram melhor, 2 a 0.

Campeão em 1999

Palmeiras campeao copa libertadores 99 cesar sampaio

Em 1999, uma campanha épica do Palmeiras, em uma Copa Libertadores que já começou com emoção, já que Palmeiras e Corinthians estavam no mesmo grupo, e o Derby Paulista foi disputado duas vezes logo na primeira fase. As duas equipes acabaram se classificando para a fase eliminatória.

Logo nas oitavas de final, o Verdão se viu frente a frente com o Vasco, atual campeão do torneio, com uma equipe considerada a melhor da América. O Palmeiras avançou com um empate em 1 a 1 em casa, e um sonoro 4 a 2 no Rio de Janeiro.

Nas quartas de final, nada mais nada menos do que o Corinthians novamente, 2 a 0 para o Palmeiras na primeira partida, 2 a 0 para o Corinthians na segunda, e brilhou a estrela de Marcos na disputa por pênaltis.

Nas semifinais, o adversário foi o River Plate, que tinha o quarteto fantástico, com Aimar, Gallardo, Ortega e Saviola, além de estrelas como Sorín, Juan Pablo Ángel, Placente, Coudet, entre outros. Na Argentina, 1 a 0 para o River, já no Palestra Itália, atuação monstruosa do meia Alex, e deu Verdão, 3 a 0.

O adversário da final foi o Deportivo Cali, que venceu a primeira partida na Colômbia, 1 a 0, e na volta, no estádio do Palmeiras, 2 a 1 para a equipe paulista. Na decisão por pênaltis, deu Verdão, 4 a 3, o primeiro título continental do Palmeiras.

Vice-campeão em 2000

O Palmeiras entrou para defender o seu título, e o caminho até a final também não foi fácil. O multicampeão Peñarol foi o adversário das oitavas de final, e os Uruguaios abriram vantagem na primeira partida em casa, 2 a 0. Na partida de volta, 3 a 1 para o Palmeiras, e a decisão foi para as disputas de pênalti. Brilhou mais uma vez a estrela de Marcos, e o Verdão avançou com um 3 a 2.

Nas quartas de final, o Atlas do México foi a bola da vez. A classificação veio de forma mais tranquila dessa vez, 2 a 0 para a equipe paulista fora de casa, e mais uma vitória, dessa vez por 3 a 2, no Palestra Itália. Um belo 5 a 2 no agregado.

Nas semifinais, o destino colocou novamente o Corinthians no caminho do Verdão. Dois confrontos épicos, com um 4 a 3 para a equipe alvinegra na primeira partida, e um 3 a 2 para o Palmeiras na partida de volta. Mais uma vez, decisão por pênaltis. Cinco cobranças do Palmeiras, cinco gols. Quatro cobranças do Corinthians, quatro gol. Na sequência, o narrador José Silvério soltou a seguinte frase: “Para o palmeirense, se o Marcelinho perder, o gosto será especial, porque é do Marcelinho que a torcida queria arrancar o sangue. Ele bate muito bem”, e essa, talvez tenha sido a maior secada da história, já que Marcelinho partiu para a bola e Marcos fez a defesa que levou o Palmeiras novamente para a final.

Na final, o Boca Juniors, de Riquelme, Schelotto, Palermo, Ibarra, Bermúdez, Samuel, Arruabarrena, Burdisso, Córdoba, entre outros. Na primeira partida na Bambonera, o Palmeiras saiu atrás no marcador, e por duas vezes, foi buscar o empate, 2 a 2, gols de Pena e Euller. A partida de volta teve que ser disputada no Morumbi por determinação da CONMEBOL, que não permitia mais que um estádio com capacidade para menos de 40 mil pessoas. Esse, talvez tenha sido o detalhe que mais atrapalhou o Verdão, que apesar de jogar na cidade de São Paulo, para um público de mais de 75 mil pessoas, não jogou em casa, e em uma partida com poucas oportunidades claras de gol, 0 a 0. Na decisão por pênaltis, dessa vez, não foi a estrela de Marcos que brilhou, mas sim, a do goleiro Córdoba, do Boca, que pegou as cobranças de Asprilla e Roque Júnior, para dar o título aos argentinos, 4 a 2.

O Santos na Copa Libertadores

santos neymar

O Santos é uma equipe tão tradicional quanto o Palmeiras na Libertadores, apesar de ter menos participações no torneio, tendo jogado o torneio em 14 oportunidades. O Santos é detentor de duas das dez maiores goleadas da história da Copa Libertadores, um 9 a 1 sobre o Cerro Porteño em 1962, e um 8 a 0 sobre o Bolívar em 2012. Coincidentemente, o Santos também já chegou à decisão da Libertadores em 4 oportunidades, em 1962, 1963, 2003 e 2011, mas com um aproveitamento muito melhor do que o de seu adversário na final de 2020, tendo levantado o troféu 3 vezes, sendo assim, ao lado de Grêmio e São Paulo, a equipe brasileira de maior sucesso no torneio.

Campeão em 1962

O Santos foi o primeiro clube brasileiro a ser campeão da América. A final de 1962 foi contra o Peñarol, que era o único campeão do torneio até o momento, tendo vencido as duas primeiras edições, inclusive a de 1961 sobre o Palmeiras. Na primeira partida, no Uruguai, 2 a 1 para o Santos. Na partida de volta, na Vila Belmiro, 3 a 2 para os uruguaios. As regras exigiam uma terceira partida, em campo neutro, e em Buenos Aires, o Santos de Pelé sobrou, 3 a 0, com dois gols do Rei, garantindo o primeiro troféu do Peixe.

Campeão em 1963

O Santos defendia o título em 1963, e chegou a mais uma final, dessa vez para enfrentar o Boca Juniors. A primeira partida foi disputada no Maracanã, e deu Santos, 3 a 2, com dois gols de Coutinho e um gol de Lima. Na partida de volta, na Bambonera, o Boca partiu pra cima, e abriu o placar com Sanfilippo, mas o Santos tinha Pelé, Pepe e Coutinho em seu ataque, e virou a partida, com gols de Coutinho e Pelé, 2 a 1 para o Peixe, para garantir o bicampeonato.

Vice-campeão em 2003

O Santos era o grande campeão do Brasileirão de 2002, com uma geração de craques, liderado por Robinho, Diego, Renato, Fábio Costa, Alex, Léo, Paulo Almeida, reforçado por Ricardo Oliveira, Nenê, Fabiano, entre outros. Nas oitavas de final, o adversário do Santos foi o Nacional do Uruguai, e foram duas partidas de tirar o fôlego. No Uruguai, 4 a 4, e no jogo da volta, em casa, 2 a 2. Na disputa por pênaltis, o Nacional foi muito mal, e o Santos aproveitou, 3 a 1.

Nas quartas de final, o Cruz Azul do México foi a bola da vez, e a primeira partida foi disputada fora de casa, e terminou empatada, 2 a 2. No jogo da volta, o gol solitário de Robinho deu a classificação ao Peixe, 1 a 0.

As semifinais foram mais tranquilas, contra o Independiente de Medellín e, em casa, o Santos venceu com gol de Nenê, 1 a 0. Na Colômbia, mais um vez deu Peixe, 3 a 2, com gols de Alex, Fabiano e Léo. A vaga na final foi garantida com um placar agregado de 4 a 2.

A final, foi contra o bicho papão da época, o Boca Juniors, que já tinha vencido o torneio em 2000 e 2001. Com uma equipe renovada, com Tevez, Abbondanzieri, Schiavi, além de Schelotto, Burdisso, Ibarra, Delgado, entre outros, o Boca foi implacável. Na Argentina, 2 a 0 para os donos da casa, com dois de Delgado. O jogo de volta foi no Morumbi, e os argentinos não vieram para brincadeira, vencendo novamente, por 3 a 1, gols de Tevez, Delgado e Schiavi. O placar agregado de 5 a 1 deu mais um título ao Boca Juniors.

Campeão em 2011

santos campeao Copa Libertadores 2011 Edu Dracena

E se o Santos contava com uma geração especial em 2003, a de 2011 não deixava por menos, com uma equipe com jogadores do calibre de Neymar, Ganso, Elano, Arouca, Alex Sandro, Danilo, Felipe Anderson, Léo, Edu Dracena, Rafael, entre outros. O Santos começou mal, somando apenas 2 pontos em suas três primeiras partidas, e conseguiu a classificação ao vencer seus três jogos restantes na fase de grupos.

Nas oitava de final, o adversário foi o América do México, o gol com de Ganso, na Vila Belmiro, 1 a 0, e um 0 a 0 em Querétaro, no México, o Santos garantiu a classificação para a próxima fase do torneio.

Nas quartas de final, o adversário da vez foi o Once Caldas, da Colômbia. O Peixe fez a primeira partida fora de casa e venceu, 1 a 0, gol de Alan Patrick. No jogo da volta, no Pacaembú, o Santos avançou para a próxima fase com o empate por 1 a 1, com gol de Neymar.

As semifinais foram contra o Cerro Porteño, do Paraguai. Com gol de Edu Dracena, o Santos venceu o primeiro confronto, no Pacaembú. A partida de volta parecia que ia ser tranquila para o Peixe, que abriu 3 a 1 logo no primeiro tempo, com gols de Zé Love, Barreto (contra) e Neymar, mas o Cerro partiu para cima na segunda etapa e empatou a partida, 3 a 3, que foi insuficiente para os paraguaios, levando o Santos a sua quarta final na história.

Na final, o Peñarol, dono de 5 títulos do torneio, e mesmo adversário da final de 1962. A primeira partida foi disputada em Montevidéu, e foi bem disputada, mas sem brilhantismo, terminando em 0 a 0. Na partida de volta, no Pacaembú, o placar permaneceu zerado até o intervalo, mas o Santos tinha Neymar, que logo na volta do intervalo colocou o Santos em vantagem. Danilo aumentou a vantagem do Peixe, que iria sofrer um susto a dez minutos do fim, com o gol contra de Durval. Mas terminou assim, 2 a 1, com o Santos tricampeão da América.