Futebol

O Flamengo e a revolução de Jesus no futebol brasileiro

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O futebol brasileiro perdeu sua essência ao longo dos anos, priorizando resultados a desempenho, fazendo com que grande parte dos time jogassem de maneira reativa, se defendendo incessantemente para, se possível, atacar. Tanto é que, treinadores vindos do sul do país são, em grande maioria, os principais do país, provenientes de uma escola de técnicos que adoram se defender. Até mesmo na Seleção Brasileira, são eles os comandantes: Tite, Dunga (x2), Felipão (x2) e Mano Menezes, para citar os quatro últimos, que aplicam suas filosofias desde 2006 ininterruptamente. Alguns treinadores vêm tentando mudar essas características, mas nenhum deles com tanto impacto quanto o portuga do Flamengo, que é o responsável pela revolução de Jesus no futebol brasileiro.

Jesus, o salvador… com prazo de validade

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Jorge Jesus vem tendo seu bom trabalho à frente do Flamengo repercutido não só no Brasil, mas também em Portugal. Com fama em terras lusitanas por fazer grandes trabalhos em seu primeiro ano à frente das equipes em que trabalhou (Benfica, Sporting e agora o Flamengo), o “mestre da tática” costuma decepcionar nos anos subsequentes. Em Portugal, acredita-se que Jesus veio ensinar os brasileiros a treinar, recuperando jogadores decadentes e levando o time à final da Libertadores após 38 anos, e à liderança isolada do Campeonato Brasileiro com, nesse momento, 10 pontos de vantagem para o vice-líder, o Palmeiras. Mas que, sua personalidade e seu ego, já conhecidos por torná-lo disruptivo em seus métodos de trabalho, estão dentro dos padrões repetitivos de sua história.

No entanto, no Brasil, parece que o encantamento com o trabalho de Jesus desconhece, ou no mínimo, ignora o passado do treinador. É atribuído ao português um resgate do futebol brasileiro, um endeusamento pelo bom futebol apresentado no ainda, curto trabalho, com bons resultados. Mas, será que não são os resultados e o discurso de Jesus, mais do que o futebol apresentado, que o destacam tanto assim? Se a equipe continuar jogando dessa maneira, e catastroficamente deixar os dois títulos que disputa e tem grandes chances de ser campeã escapar, o trabalho ainda será considerado satisfatório?

Flamengo, um instrumento de Jesus

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É inegável que é prazeroso acompanhar os jogos do Flamengo, o que faz os brasileiros se encantarem com o futebol mais uma vez, trazendo a esperança de um resgate, que parecia distante, se não impossível, de um futebol que respira por aparelhos e perde qualidade a cada ano, com seus treinadores de esquemas táticos engessados, defensivos e, mais do que isso, adversos ao futebol ofensivo, de drible, de talento, de improviso, brasileiro.

O comprometimento dos jogadores com a filosofia do treinador também é fundamental para o desempenho. A nostalgia toma conta dos torcedores, que vibram com o ressurgimento de uma paixão pelo jogo mais do que uma paixão pelo resultado final. Claro, que até o momento, uma coisa está alinha a outra, mas a vitória é o fim para meios propostos durante a partida para que de maneira simples, vença o melhor, e o melhor tem sido o Flamengo.

O desempenho dos discípulos de Jesus em 2019

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Jesus assumiu o Flamengo durante a parada para a Copa América, em junho, após a demissão de Abel Braga, que tinha apenas 4 derrotas na temporada e um aproveitamento de 71,1% dos pontos disputados até então. Após a chegada do português, houve a chegada de jogadores fundamentais para a ascensão do time, tais como Gerson, Pablo Marí, Filipe Luís e Rafinha, todos titulares e experientes. Não há como saber se a melhora significante aconteceria sob o comando de Abel ao ter esses jogadores à disposição. Fato é, que a guinada veio com a revolução de Jesus no futebol brasileiro. O português acumula 24 jogos disputados, com 16 vitórias, 6 empates e 2 derrotas, com aproveitamento de 75%, uma final de Libertadores e a liderança isolada do Campeonato Brasileiro.