Notícias

A relação entre consumo e sustentabilidade dos fabricantes de automóveis e o aquecimento global

Nem mesmo o isolamento foi suficiente para diminuir os efeitos da mudanças climáticas relacionadas ao aquecimento global. O ano de 2020 deve bater os recordes negativos de 2016 como o ano mais quente desde o início das medições, e o acúmulo de monóxido de carbono na atmosfera atingiu o maior nível da história.

E se há uma indústria fundamental para essa redução, essa é a indústria automotiva. Em um levantamento realizado pela NetBet, para conscientizar e ajudar a combater o aquecimento global, o Relatório de Emissões Automotivas, ficou claro que o setor de transportes é responsável por quase 30% do total de emissões de gases de efeito estufa da UE, ou seja, quase um terço do total dos danos ao meio ambiente nessa relação entre consumo e sustentabilidade dos fabricantes de automóveis e o aquecimento global.

As eventuais multas por conta das emissões veiculares

É fato que as empresas têm se esforçado para produzir mais veículos híbridos e elétricos, investindo nessas tecnologias, como meio de reduzir suas emissões veiculares. Mas basta uma breve análise do estudo para perceber que nenhum dos dez fabricantes de automóveis mais vendidos atualmente cumpre a meta de emissões médias da UE para 2021, nessa complicada relação entre consumo e sustentabilidade.

A média de emissões de CO2 para cada marca é determinada pelo Greenpeace. O custo para compensar as emissões está relacionado ao custo médio de retirada de CO2 da atmosfera, a 150 euros por tonelada. Os custos anuais e de vida útil dos modelos emblemáticos são baseados nas emissões de cada motor, conforme estipulado pelos fabricantes.

Juntos, os dez fabricantes podem enfrentar multas anuais em um total de impressionantes 424 bilhões de euros, o que representaria 39.43% do total da receita anual dos dez maiores fabricantes.

Se levarmos em conta somente as emissões médias da frota, a Daimler AG, dona das marcas Mercedes-Benz, Smart e AMG, é a fabricante mais longe da meta da UE para 2021, com uma emissão média de 137 g CO2/km, o que representaria eventuais multas anuais de 13,3 bilhões de euros para a empresa. Isso, sem contar os 29,4 bilhões para compensar as emissões médias dos modelos vendidos no período, na relação entre consumo e sustentabilidade, longe de encontrar um denominador comum.

A fabricante que pode enfrentar as maiores eventuais multas anuais é a Volkswagen Group, que além da própria VW, detém as marcas Audi, Porsche, Skoda, Bentley, Bugatti, Lamborghini, Ducati, Scania, MAN e SEAT, em um total de 30,2 bilhões de euros. As emissões médias da frota também estão entre as piores dos dez maiores fabricantes, com 124 g CO2/km. As vendas do VW Group são as maiores, com isso, o custo para compensação das emissões desses modelos, na relação entre consumo e sustentabilidade, seriam de 88,5 bilhões de euros.

Os números revelados pelo Relatório de Emissões Automotivas da NetBet são preocupantes e apesar dos esforços das fabricantes para implementar novas tecnologias e desenvolver menos carros poluentes, para tornar o planeta sustentável, todas ainda estão longe de atingir a meta da UE para 2021. Ainda é preciso melhorar consideravelmente a relação entre consumo e sustentabilidade, para que de fato, tenhamos um consumo sustentável.

Os mais poluentes na relação entre consumo e sustentabilidade

Quando se trata de consumo sustentável, nenhuma das 10 maiores fabricantes automotivas estão perto de atingir a meta de emissões da UE para 2021. Para considerarmos o consume responsável, e para causarem menos impacto em mudanças climáticas globais, ainda é preciso diminuir consideravelmente as emissões de gases poluentes. E apesar disso, algumas fabricantes estão se saindo melhor do que outras.

A Toyota, por exemplo, é a mais próxima da meta da UE para 2021 (95 g CO2/km), com emissões médias da frota em 101 g CO2/km. Na sequência entre as “menos piores” estão Renault, com emissões médias da frota em 113 g CO2/km, e PSA Group, com emissões médias da frota em 114 g CO2/km.

A Daimler AG é a mais poluente no momento, com emissões médias da frota em 137 g CO2/km. Na sequência estão Mazda Motor Corporation com emissões médias da frota em 135 g CO2/km, e BMW, com emissões médias da frota em 127 g CO2/km. É curioso, que no geral, a BMW está entre as mais poluentes, mas em contrapartida, produz dois modelos que estão entre menos poluentes do mercado, o Series 2 e o Mini Hatch.